terça-feira, 4 de outubro de 2011

Novo Conto !

Galerinha, conto fresquinho na área... 

"O Cair da Noite"
      Confiram!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um Deus

Não era chamativo, brilhoso, tampouco fantasmagórico. 
Era humano. Não parcialmente. Completamente.
Belatrice ao meu lado tinha os dentes cerrados, como se estivesse se segurando para não fazer alguma coisa. Eu não conseguia pensar em nenhuma escapatória. Embora o objetivo aqui não fosse exatamente fugir.
-Sinto o poder que erradia de você garota...
Okay..sua aparência não era a mais assustadora, mas, sua voz fez gelar meu ossos.  Com certeza aquela voz não era de um ser normal, ela tremia, e era abafada. Fria e grave, como um locutor de rádio fantasma, que vinha de um corredor cumprido, tenebroso... E os olhos eram de arrepiar, sua profundidade e magnetismo eram assustadores, pareciam desafiar o próprio mal, e parecia ser solidificado por medo, que agora cortava a minha garganta. 

-Afinal..oque é você?-minha voz saiu mais alta e grave do que de costume, oque era bom.
-Ele é um Deus Declan- Belatrice respondeu minha pergunta.
O som do meu choque foi alto e oco, no meio daquele salão infestado de cadáveres.
-Deus?!-indaguei ainda por lábios imóveis.
-Não Deus- ela murmurou em tom de desdém, eu vi a criatura abrir a boca para contestar, mas, Belatrice continuou- Deus Pagão, de séculos atrás..aliás ele deveria estar no inferno, mas por esses séculos conseguiu fugir, se esconder dos cães do inferno, pela magia. Um pacto... que ele fez, o tornou essa criatura infame e miserável que é hoje. Tudo em troca da adoração do povo Grego...mas, o tempo dele acabou, quando completou 100 anos, e hoje..-ela sorriu- Bom, vim levar sua  alma diretamente do lugar onde veio.
-Você parece ser constituída de medo Belatrice. Você tem medo do poder... do mesmo poder que o seu pai queria, e que matou tanta gente... Suas afeições são sua derrota, sua loucura, á base de todos os seus medos. O medo da perda... o fim da sua mãe, do seu irmão... sua família inteira, em baixo de lápides.
Aquilo soou tão cruel vindo dele, que por um momento quase cobriu meu interesse. A história de Belatrice estava a minha frente... finalmente. Tão á frente, exatamente como a morte certa.
Um barulho veio dela, como se estivesse engolindo alguma coisa.
-Se eu fosse você querida... me poupava. Os meios de me matar são escassos.
-Não é de minha natureza me poupar. As causas aparentemente perdidas, são as melhores- Ela exibiu um sorriso brilhante.
-Sabe oque é uma pena pequena Belatrice? Você trouxe bagagem... E isso não ajuda muito na hora de usar as mãos.
-Declan, não!!!-gritou ela, enquanto eu só percebia oque pretendia a criatura, quando eu já estava com as costas coladas contra a parede.
O monstro viera para mim, numa velocidade incrível! Antes disso eu senti alguém segurar meu tornozelo. Ela deu dois passos até mim, talvez com um fio de esperança de me ajudar, tampouco adiantou. Alguma coisa entrou em seu caminho, á empurrando para o chão. 
Eu á vi cair de costas, e pude ouvir o som oco de sua queda.
Foi apenas o tempo de uma piscada de olhos, e á sua volta já tinham tantas criaturas sombrias, que eu nem conseguia contar.
As criaturas eram feitas de...de...carne e osso! E tinham o olhar desfocado, como se não respondessem aos próprios atos. Belatrice se colocou de pé, e o grupo de olhos espectrais á seguiu. Ela deu um passo, e a roda se moveu com ela.


E pra quem tem duvidas de que as coisas nunca podem piorar... saibam que a tendencia nunca é melhorar, e sim arrebentar tudo de vez...




Continua...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Isso não é obra de um fantasma...

Ótimo, a investigação estava indo de vento em poupa. Nós nos ferrando em uma quantidade digna de recorde.
Belatrice olhou pra mim, e disse que poderiam ocorrer coisas estranhas... Eu nem preciso comentar isso, tudo agora era estranho, ela não precisava me avisar de absolutamente nada!
Ela reclamou mais um pouco sobre a minha falta de destreza, com essa história de silêncio, eu sabia sobre isso, mais não era fácil lidar com portinholas emperradas por séculos. Nos começamos a descer uma escadinha,que rangia a cada descida nossa, sem dialogo ela me pediu encarecidamente silêncio, mais nem ela segurou o gemido, enquanto nossos estômagos se embrulhavam em conjunto, com o cheiro quase corrosivo que preenchia o ar.
-Acho que vou ter um treco.
-Shhh!- pedi me divertindo com a psicologia inversa.
Então nós paramos, sem saber oque fazer. O breu era total, tirando a luz da  lanterna que iluminava o chão onde Belatrice pisava. Mas a luz era fraca, e o cheiro era forte. Tentei em vão encontrar o foco na cena, mais eu não conseguia nem dizer onde estavam meus pés. Ouvi os de Belatrice tocar o solo suavemente, e sem pensar arrisquei meu próprio avanço.
Não demorou muito para que eu ouvisse pingos vindos do meu tênis. Eu tinha certeza que viera do pé, o que eu tinha acabado de levantar.
-Belatrice... -sussurrei quase podendo sentir o cheiro enferrujado -Ouvi... do meu pé... -expliquei em frases entrecortadas.
Ela apontou a lanterna tentando me achar, mas, nós dois arfamos alto, quando vimos oque tinha á nossa frente. Meu rosto devia estar sem cor, porquê minha garganta se fechou e eu mal pude respirar antes de tomar o controle novamente.
-Santo Deus -foi tudo oque consegui dizer. 
-Isso não é obra de um fantasma...
Á frente deles, distribuídas em macas no grande salão, em quantidade inestimável, todas elas estavam ocupadas, havia sangue seco no chão, e o cheiro parecia mais forte ainda com essa visão. Os corpos visivelmente em decomposição, e havia pólvora  neles.
-Belatrice, oque agente vai fazer? Não tem como queimar todos, sem que agente morra assados como perus de Natal!
-Você provavelmente, eu vou ficar com algo se debatendo em minha mente, pela eternidade.
-De onde tirou isso? -perguntei desconfiado.
-Não sei -sua voz transbordava sinceridade.
-Oque agente procura? -perguntei tentando ver mais coisas.
Então luzes se acenderam, uma a uma, elas iluminaram o porão. E eu vi que a extensão era maior do que eu imaginava.
-Agente não procura nada, ele já nos achou.
Eu me virei, e Belatrice veio até mim, se postando á minha frente tão determinada que eu nem questionei.
E vieram os sons. Passos. Botas fazendo um chapinhar no chão, oque tornava tudo pior, e agourento. Pareceu uma eternidade para mim, aqueles sons vagarosos, sem nenhuma pressa, afinal, ele tinha todo o tempo do mundo, e nós não.
A estranha sombra que parecia quase se arrastar, emfim apareceu á nossa frente. 


Na verdade não era nada que eu esperasse.




Continua....

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Special nightmare - Conto rápido



- Esse texto é paralelo, e não faz parte da história original do blog. Isso é um tipo de 'Especial Pesadelo', que foi tirado de uma noite bem dormida.




A cadeira balança sozinha. Está tudo escuro, e o barulho dos pés da cadeira no chão de madeira, ecoando   alto pelo cômodo.
Tudo vazio.
Então reparo que ao chão, uma figura borrada e escura me encarava, com olhos profundos, que minha visão fora de foco não conseguia distinguir á primeira vista.
Eu só entendi que era um mal que eu queria evitar, então ele se mexeu, o mínimo que fosse, meu medo me fez perceber. E então de novo, ele balançou um pouco a cabeça, e eu estático, assistia a tudo. Sem me mexer o perigo parecia maior.
Foi tão rápido quanto uma flecha. Não houve nem tempo de gritar, tão pouco de imaginar alguma coisa. Sua mente vazia se apagou, como um blackout.
***********
O homem de capuz correu, abrindo cada porta no corredor até que adentrou uma sala com uma unica cadeira, e um cadáver no chão.
Um cadáver sem rosto, a face sugada pelo maligno, algo obscuro que tirava a vida por prazer.
Então um barulho se fez alto, a cadeira voltou a balançar, rangendo. E homem de capuz correu, correu como nunca houvera corrido antes. Não que isso lhe tenha levantado a hipótese de continuar vivo.
Ele não teve tempo de chegar a porta de saída. Quando ele menos esperou, a escuridão se fechou para ele também.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Eles brincam com a minha mente

No fundo, eu sabia. Eu tinha certeza, de que era verdade, no cerne de meu ser, eu conhecia tudo aquilo. De alguma forma que eu ainda não conhecia...
-Ah que ótimo, isso facilita bastante...-murmurei frustrado.
-Acho que a intenção era realmente dificultar- respondeu ela.
Era só um corredor, extenso. Só um maldito corredor escuro.
Quando apontávamos a luz da lanterna, para o final dele, não havia absolutamente nada. Era reto, sem curva, e eu não conseguia ver nenhum tipo de entrada para qualquer lado.
Era subterrâneo, e a sensação de claustrofobia, gritava dentro da minha cabeça.
Belatricé e eu andamos por mais alguns minutos, então tudo entrou em movimento. Algo acima de nós pareceu se espatifar. Um vaso talvez, eu não sabia.
O barulho de unhas voltou a tilindrar, agora mais perto, mais alto.
-Alguém tem que parar logo com esse barulho! Já está me incomodando!-ela balançou as mãos.
-Ah, só o barulho, que está te incomodando? O fato da agente estar lidando com um fantasma, não incomoda em nada, eu imagino...-soltei sarcástico.
Ela se limitou a rir. Então parou. Outro som ensurdecedor, de origem desconhecida retumbou, quando Belatricé pisou em falso, em uma parte oca do piso.
-Declan um passo pra trás!- ela quase gritou.
Não pensei duas vezes antes de obedecer. Ela parou na minha frente, quando o chão de madeira, foi criando rachaduras sinuosas. Belatricé levantou a barra da calça, esquerda e a direita, tirando dois revolveres, e me entregando um.
-O que...?- comecei
-Vai matar o que precisa ser morto!
-Isso é bem... reconfortante- gaguejei -O que agente faz?
-Tenta não ser acertado por nada, ou qualquer coisa.
-O que eu faço?
-Para de fazer perguntas agora mesmo!- ela pareceu meio irritada.
Eu já estava irritado, por ter que fazer tantas perguntas, mais eu não sabia de nada. Como ela queria que eu me comportasse?!
Meus olhos quase saltaram das órbitas. 
Bem no fim do corredor, misturado a escuridão, eu vi uma criatura sinistra, fazendo ecoar, e retumbar, pelas paredes, fazendo se instalar na minha mente, um estranho ruído, vindo da garganta fantasmagórica. Um velho, calvo, de cabelos brancos, as órbitas vazias pareciam enchergar tudo.
Vi todos os meus temores afundando em mim, como o Titanic. Bom para Belatricé, porque agora eu não conseguia mais fazer perguntas. Tão pouco, qualquer reação. Ela foi mais rápida que eu, olhando a criatura com um olhar prático, ela mirou, atirou, e o fantasma sumiu em uma nuvem de poeira.
-Declan?-chamou ela sem se virar pra mim.
Parado, estático, e olhando para as costas dela, eu perguntei ainda espantado.
-Ele morreu?
-Claro que morreu.
-Estou perguntando se ele vai voltar- disse impaciente.
-Claro que vai.
-São só fantasmas?
-Sim. Mas, você estar certo, é relativo- ela andou até a rachadura e bateu a mão em punhos ali, jogou a luz da lanterna, e percebeu uma fechadura -O fato de ele ser um fantasma não o torna real, ou mesmo um espírito de verdade.
-Acho que sua intenção é me complicar.
-Ele só apareceu na nossa mente.
-E esse tiro?
-Totalmente psicológico.
-Isso torna fantasmas imaginários?
-Não, torna esse fantasma imaginário. Antes que você peça que eu lhe explique, eu digo que, um demônio está nos vigiando neste exato momento, esperando pra aparecer  enquanto ele brinca com a nossa mente. É claro que ele vai se arrepender por isso...- eu a vi sorrir de lado, de um jeito estranho.
-Que bom que você lembrou da lanterna...
-É, eu sempre tenho que me enfiar em lugares bizarros, e escuros. Como agente vai abrir isso?
A portinhola estava podre, só o metal da fechadura parecia forte. Tentei abrir, mais estava emperrada.
-Mais que diabos! Há quantos séculos ninguém abre isso?-perguntei irado.
-Deve haver uma maneira-ela passou a mão pelo queixo.
-É, pena que não trouxemos os explosivos -ironizei.
-Bem sutil. Vamos ser discretos, okay?- pausa- Mas, olha só quem parece bem humorado, isso é ótimo para uma pessoa que pode morrer daqui á pouco...
-Acho que é a adrenalina- dessa vez puxei num rompante, forte e brutal. As dobradiças enferrujadas, protestaram e cederam, me deixando com a portinhola de madeira balançando em minhas mãos.
-Um explosivo seria menos barulhento!!! -sussurrou ela furiosa.
-Melhor do que ficar fazendo papel de bobo aqui para sempre, agachado nesse chão- revidei.
-É vamos antecipar nossa morte.
-Ou então vamos ficar aqui discutindo, esperando ele vir nos pegar!


Nós dois nos assustamos quando a porta por onde tínhamos entrado se fechou sozinha. Batendo com força, algo piscou a nossa frente, e eu atirei sem pensar.


Continua...



sábado, 12 de março de 2011

Um ruido no Porão; Parte 2

Quando você se vê de frente para um novo perigo, todos os seus sentidos começam a trabalhar ao mesmo tempo. Algo em você grita pra sair correndo, mas, pra mim, era essa adrenalina que me fazia seguir em frente.
Belatricé me ultrapassou, parando na porta. Que estava lacrada com a tão familiar fita amarela, de cena do crime.
-Lacrada como sempre, rá rá!- observou ela procurando algo no bolso.
Eu já estava ficando impaciente.
-Sem problemas!- eu flexionei o  joelho, mirando uma parte perto da maçaneta, e com um chute que não requeriu muito de minha força, eu consegui arrancar uma parte da madeira, abrindo a porta por dentro.
Dei um sorriso presunçoso.
-Sabe...- ela me encarou os lábios cerrados- eu estava pensando em algo mais sutil e discreto...
Ela me mostrou um grampo, e um tipo de chave. Trabalho de mestre!
-Bom agora eu acho que ja foi- eu devo ter ficado vermelho.
Belatricé passou por mim, e eu a segui, olhando de um lado para o outro.
-Ótimo... o que agente faz agora, Buffy?- tentei quebrar o silêncio que não me fazia sentir bem.
-Que eu saiba, ela caça vampiros, e esse não é meu ramo. Ah, e é claro que nesse caso não tem nenhum.
-Nesse caso?- eu fiz um bico-  Agora vai me dizer que existem vampiros também? Tipo de cinema? Com capas, dentes e tudo mais?Arrãm, atá!
-Nunca desconcidere nada! Até porque eu não vi sozinha- a voz dela ficou baixa, e continuou em voz alta-E não seja ridículo, se pensa que eles são de andar por aí como um bando de idiotas.
-Idiota sou eu de ficar aqui ouvindo você me dizer essas coisas.
-Eu concordo, você realmente é um idiota.
-Rum...- virei a cara como uma criança birrenta- Já que me meti nisso, vamos ver como são as coisas por aqui.
-Declan?- chamou ela preocupada. Olhei um pouco desatento- Preste atenção, sei que você não está levando isso a sério, mas, é melhor levar... Por favor, não abaixe a guarda!- ela me encarou com um olhar fundo- Eu nem devia ter deixado você me seguir até aqui, pensei que um pouco de adrenalina ia lhe fazer bem, mas, as coisas não estão muito calmas por aqui...
-Eu nunca abaixo a guarda- eu respondi sério
-Mandaria você embora se pudesse, mas, acho que é tarde demais...
Eu poderia ter rido, se um barulho não tivesse chamado minha atenção, algo havia se espatifado no chão. Um vaso talvez, mas, não era isso que eu estava preocupado.
-Suspeitei...-começou ela.
-Para com isso Belatricé, já esta ficando ridículo!- interrompi ela.
-Não é a mim que você tem que pedir pra parar, faz o seguinte.. reza!
Nós dois viramos a cabeça pra lado quando outro barulho estridente ecoou pelo salão.
Um barulho agonizante me fez arrepiar da cabeça aos pés. O barulho de unhas arranhando a madeira continuou, por muito tempo dentro da minha cabeça quase, e eu estático, não sabia o que fazer.
-De baixo- ela murmurou para mim.
Sem me dar tempo de perguntar alguma coisa, ela segurou meu pulso e saiu me puxando, pelo corredores escuros, e mofados da casa.
-Aonde agente vai?- eu perguntei afobado.
-Não é obvio? O barulho veio de baixo. O que nos leva a conclusão de um porão.


No meio da sala havia uma porta, ela andou ate lá e a abriu, segui Belatricé. Quando a abriu, um vento gelado, de um lugar que devia ser mal-ventilado, bateu no meu rosto, um cheiro horrível, como se tivesse alguma coisa morta lá. Não havia sinal de vida, só que o barulho de unhas se intensificaram.


Continua...

sábado, 5 de março de 2011

Um ruido no Porão; Parte 1

Se tem uma coisa que eu aprendi no primeiro dia do curso de detetive, foi que não dá pra se seguir um taxi em Los Angeles, esperando acompanhar só pela cor.
Eu parei no semáforo, e não pude controlar, eu tinha que zoar  um pouquinho com ela.
-Belatricé! Pegue um fantasma aqui para mim!- e ri, como não ria a algum tempo.
Ela olhou pela janela, e me mostrou o dedo.
Eu ri mais ainda, depois ela me mandou ir para o diabo que me carregasse, e o taxi partiu, e obviamente eu fui atrás.
A grande e iluminada Los Angeles que eu conhecia, foi ficando para trás, dando vazão a ruas escuras e sinistras. 
O taxi parou na frente de um casarão, como se eu não fosse sentir um frio na barriga ao avalia-lo. Odiava essa palavra, mas, parecia algum tipo de premonição.
Vi Belatricé, descer do taxi, e ao invés de encarar a casa, ela me encarou enquanto eu encostava o carro, sob um olhar de desafio eu saí. Ela parecia me chamar para um racha. Nesse caso uma provação.
Eu parecia quase valente , enquanto me dirigia até ela, mas, tão desafiador como o de Belatricé. Coloquei as mãos nos bolsos da calça, e parei, fitando o casarão, sorri esperando ela me dizer algo.
-Achei que você fosse desviar no meio do caminho- disse ela.
-Eu disse que iria seguir você!
-Seu orgulho é maior do que o seu medo?- ela dera uma risadinha.
-Belo cenário senhorita, Blake- ignorei a pergunta.
-Não é a mim, a quem você deve parabenizar...
-Imagino que seja aos fantasmas.
-Eles não escolhem cenários, tem motivos para estar aqui ou ali.
-E qual é o motivo desse?- perguntei estranhamente sério.
-Digamos, que chegou aos meus ouvidos, que aqui tem um tipo de espírito obsessivo... Sabe o que é isso, não?
-Espíritos que vivem ao redor de uma coisa, ou pessoa, em especial... Isto é, em um caso hipotético, claro- me emendei.
-Exato, mas, nesse caso á algo mais sombrio que isso. Uma força maior do que apenas alguns fantasmas. Que eu não consigo ver o que é, não consigo!- ela parecia perturbada.
-Você está bem?- perguntei preocupado.
-Estou. Apenas não gosto de ficar sem saber das coisas.
-Você e mais um bilhão de pessoas. Não vai desistir dessa...?
-Insanidade... blá-blá-blá- interrompeu ela com desdém- Para você é isso, pra mim é monótono. Ou será que é medo?- ela tinha um sorriso diabólico.
-Ah qual é?


Eu fui andando para a entrada do casarão, Belatricé a curtos passos vinha seguindo atrás de mim, e num ultimo choque de realidade eu percebi que estava me metendo em algo realmente sério...


Continua...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sigo Belatricé até o Inferno

Eu ainda tinha ficado um tempo parado olhando á porta fechada.
Como se ela fosse sair, para me dizer algo, eu não sei bem o que eu esperava, mas, no final das contas eu sempre esperava alguma coisa de Belatricé.
Com a mente vazia, e a expressão, que não mostrava nada o que eu sentia eu me afastei me dirigindo para a porta do elevador. Eu não olhei os números do elevador mudarem enquanto ele subia, ou descia, não sei bem.
O silêncio foi rompido por passos pesados e agíeis. Olhei para o lado, por mero reflexo, e mais uma vez me surpreendi. 
Belatricé, vinha quase correndo. Olhou para o relógio, impaciente, como se fosse caso de vida ou morte.  
-Você não vai falar...- eu ia dizendo 
-To muito apressada-ela me cortou batendo os pés insistentemente no chão.
-Agente ainda não decidiu nada!- contestei agoniado.
-Pense no caso. Eu tenho um local de investigação. 
-O que?!-surtei- Você ia sair para resolver o caso e não ia me falar?
-Tá sabendo agora- disse ela olhando os andares passarem.
O elevador parou. Eu tentei falar com ela no elevador, mas, meu telefone tocou e eu tive que atender, nada de bom como sempre.
O elevador parou, e eu desliguei o telefone, sem me importar se a mulher do outro lado da linha ainda tinha alguma coisa á dizer.
-Você só pode estar brincando! Ei! Não me deixe falando sozinho!- eu saí correndo atrás dela.
Eu não reparei, mas, o hall do prédio parecia estar cheio.
-Se não quer falar sozinho...-ela acenou para um taxi que passava- fale com a porta!
Ela entrou no carro, e eu disse apontando para ela.
-Vou seguir você, Belatricé Blake!
-Vai pro inferno!- gritou ela mandando o taxi seguir.
-Só se o seu taxi estiver indo para lá!- gritei correndo para o meu carro que estava bem ali na porta.


Eu acelerei, mal sabia que naquela partida eu deixaria todo o meu ceticismo, e dali em diante eu descobriria que os meus fantasmas eram reais.


Continua...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Embarcando em uma Loucura

Quando se é um detetive, se torna muito fácil descobrir o endereço das pessoas.
Eu estava no meu carro e descobri que Belatricé morava num prédio, perto do centro da cidade, ou pelo menos quase perto.
Na verdade ela morava quase perto de tudo.
O fato era que eu estava indo atrás de Belatricé, as coisas não ficariam do jeito que tinham ficado  hoje á tarde, e as palavras da cigana ainda martelavam na minha cabeça. Aquilo não era o tipo de coisa que se esquecia com facilidade.
Não podia negar, que eu queria correr, a curiosidade de saber o que sairia da boca dela, me instigava. Belatricé era imprevisível. Talvez ela puxasse o tapete e gritasse na minha cara que era brincadeira. eu esperava fervorosamente por isso. 
Eu parei na porta de prédio dela, e desci do carro esperando qualquer coisa.
                                               **********
A porta abriu no meio de alguns devaneios.
-Ah, então você veio dar a ultima palavra? 
Dei de ombros.
-Bom, acho que entre nós nunca vai ter uma ultima palavra.
-Nada tem uma ultima palavra...-ela estava me olhando  daquele jeito de novo. Como se fosse uma assassina.
-Tem pra morte- desafiei
-Não tem não- ela me encarava sem medo, como se ela estalasse os dedos, eu poderia cair no chão já morto.
Má noticia; eu gostava do perigo.
-Caiu na real?-perguntou ela quebrando o silêncio, em tom sarcástico.
-Desculpe, não entendi...-me fingi de desentendido.
Me encostei no batente da porta, já que ela não parecia muita disposta a me convidar para entrar.
-A grande a revelação que fiz a seus olhos cegos.
-Hum..., você está falando daquele pretexto insano, que você me deu, para que eu largasse do seu pé?
-Não era um pretexto. Era verdade!- disse ela persuasiva.
Dei uma risada sonora.
-Sei...- e desviei os olhos dos delas, ela podia me convencer daquele jeito...
-Acha que eu estou brincando?! Poderia até aturar você...- arqueei uma sobrancelha. Achava legal o modo de ela ser tão franca- Se isso fosse provar que estou certa. E é claro, pelo fato de eu ver sua cara quando der de cara com um fantasma!- ela riu.
-Você vai levar as coisas tão longe assim? Montar uma armação, ou simplesmente puxar o tapete e dizer; ''Ai, seu babaca!''-arfei
-Na verdade ''babaca'' não é bem uma palavra que eu use com freqüência, talvez eu diga idiota. As possibilidades são infinitas.
Belatricé deu um sorriso angelical, e minha bochechas ficaram vermelha quando eu olhei pra ela por muito tempo.
-Então quer comprovar pra mim que essa mentira é verdade?
-Como pode ser verdade se é mentira?- ela sorriu gostando do trocadilho.
-Eu duvido!
-Pois então duvide longe daqui, você quase conseguiu mais eu não vou te envolver nisso.
-Não, eu não sei nada sobre você Belatricé. Agente não passou nem uma hora juntos!
-Você sabe de algo que ninguém sabe.
-É, acho que isso explica o fato de você não estar em uma camisa de força.
-Você é que é muito burro-explodiu ela de raiva derrepente, parecia querer arrancar a minha cabeça.
-Burro, por que?! Não vou cair nesse jogo. Eu não sei o que você quer, mas, não tente me passar para trás! Você nem me convidou para entrar!
-Não tem nada pra você aqui dentro- disse ela rudemente.
Ela me deixou sem fala.
-Realmente não sei o que você veio fazer aqui.
-Ser pisado e ridicularizado, por você Belatricé. Foi a unica coisa que fiz o dia todo. Repito; Você é louca.
Eu me desencostei do batente da porta.
-Será que se eu voltar á vê-la amanhã, você vai achar que é o Napoleão Bonaparte?
Eu dei a costas para ela.
-E você?!-ela gritou- Vai achar que é um detetive?
Belatricé bateu a porta.


E eu me arrependi de cada palavra que disse aquela noite.

Continua...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Uma Cigana; Parte 2

A velha me encarava.
E eu não conseguia esquecer, aquele brilho vermelho, aquela frase cheia de mistérios.
Ela esperava eu falar.
-Então suponho eu, que queira ver o meu futuro...- eu esperava que fosse só isso.
-Ele já está claro para mim rapaz- ela quase me interrompeu- Só quero ver mais de perto, por que você é muito interessante.
-Respeito suas crenças senhora, mas, não as compartilho.
-Você vai deixar de não acreditar, logo logo.
-Não sei como- e ri.
Eu ia continuar, mostrando o quão mentira toda essa estória de futuro era. Mas, a velha cigana não me eu atenção. Puxou minha mão com força. Aquela velha devia tomar algum tipo de vitamina para os ossos.
-Senhora...- eu protestei tentando tirar a minha mão da dela com gentileza.
-Se você não acredita, que diferença faz?
-A diferença, é que eu vou ficar com aproximadamente, com menos dez doláres na minha carteira.
-O senhor não tem cara de ser mão fechada...- aquela velha devia ser atendente de telemarkenting.
-Tudo bem, ta?!- me rendi, retirando do bolso a minha carteira- Estava sentindo que a senhora não ia me deixar passar facilmente.
Ela tomou minha mão. Fiquei sério, ela passou o dedo indicador, pelas linhas de minha mão, e eu parecia estar levando pequenos choques elétricos.
-Como está indo sua mãe?
Fechei a cara, me poupando dos pensamentos que viriam á seguir.
-Paguei você para tentar ler o meu futuro, não para fazer perguntas sobre minha vida particular.
-Se fosse você também não iria querer falar disso...
-Vai ver o diabo do futuro, ou não?
-Trás má sorte, falar do próprio futuro assim...
Eu já estava perdendo a paciência quando ela começou á falar num jato.
-Belatricé tem os motivos dela.Não quer colocar mais ninguém na história. ela pensa que essa carga só ela deve carregar- como ela sabia o nome de Belatricé?- Agora, você pode não acreditar nela, mas, em breve você vai ver os mortos com os próprios olhos, vai embarcar nessa de cabeça, seu futuro é especifico, se a qualquer momento você se desviar dele, não se quando pensar que não tem saída, o destino lhe abrirá as janelas para você.
-Rá!-ladrei- Agora você quer me convencer que aquela história sem pé, nem cabeça é real?- arfei
-Você não vai acreditar. Agora!Você mesmo vai ver! Como agora!- e apontou para o sul maravilhada.
Olhei para trás rapidamente, não ví nada.
-O que...?- eu olhei para os dois lados, a velha sumira, pelas minha costas.
As ruas vazias vazias na escuridão pareciam agourentas, e fantasmagóricas, dando ênfase no discurso da cigana.
Não pude conter o calafrio.
Olhei o relógio por hábito. Estava parado, analisei os ponteiros imóveis.
Dei duas batidelas com o indicador, e eles voltaram a girar.
Eu precisava voltar pra casa. Algo parecia assoprar no meu ouvido.
-Acredite!


Eu ouvi, por um minuto isso foi uma certeza então, eu balancei a cabeça, ainda um pouco transtornado. Devia ser só o vento... 


Continua...
            

terça-feira, 1 de março de 2011

Uma Cigana; Parte 1



Voltei para casa furioso. Tive que engolir calado, tudo o que aquele maldito delegado cuspiu na minha cara. E ainda mais toda aquela história de 'fantasmas ajudantes'.
-Ainda bem que eu saí de lá, antes que ela me dissesse que o sobrenome dela era Winchester!-murmurei batendo a porta e jogando minha jaqueta no chão.
Me esparramei no sofá. Mas, eu ainda não conseguia esquecer aqueles olhos, místicos, de Belatricé. O que haveria neles? Seja o que fosse eles me trouxeram sensações sinistras. E eu ficara como um tolo parado no meio da calçada, com o boca escancarada, pasmado pela veracidade daqueles olhos fundos.
Não consegui mentir pra mim mesmo, que já fazia algum tempo que eu não analisava alguém com aqueles olhos, cumpridos, sagazes, e de certa forma apai... 
ARGTH! NÃO!
-Isso não ia acontecer, só por que ela me deu um fora, ela não vai virar a minha cabeça!- falei em voz alta.
Me levantei cansado, olhei para o relógio, nove e meia, mais eu não ia dormir, fui ao hall, peguei minha jaqueta, que estava largada no chão, e abri a porta. Consegui sair do prédio, depois de cumprimentar pessoas que eu nem sabia quem eram, talvez eu soubesse, mais minha cabeça estava cheia.
A brisa gelada da noite, me fez conseguir respirar fundo.
E eu fui andando sem rumo, como se algo me guiasse sem que eu percebesse, algo me puxava pelas ruas de Los Angeles.
Eu andava olhando para os meus pés.
-Sr. Declan Pryce?!- chamou uma voz rouca de mulher.
-Pois não?...-eu me virei, e levei um mega susto.
Jurava que a velha estava a uns bons metros de distancia, e no entanto agora ela quase me beijava.
ÉCA!
-Desculpe- ela deu uma risada falseta- A noite as pessoas costumam se assustar com facilidade, não é detetive?
-Num sei... Levam?- tentei ser sarcástico, mais só pareci mais idiota.
-Você se assustou agora, não?- eu não porque mais tive a leve impressão que ela estava zuando com a minha cara.
-Er...-respondi indeciso, ela piscou pra mim, como uma garota interessada. Um sorriso cheio de dentes amarelos, e presas podres- De onde a senhora me conhece?
Não pude evitar que os cantos dos meus lábios se curvassem para baixo.
-Essa não é a pergunta certa, Sr. Pryce. Deem-me sua mão- e ela estendeu a dela.
-A senhora é uma cigana certo?- percorri os olhos pela saia laranja, bordada
 em fios dourados, no estilo crepe, a blusa em conjunto com a saia, mais parecia um vestido.E uma sandália marrom humilde, os três dentes de ouro a mostra, e o cabelo para trás, com um arco dourado.
-Sim, eu sou- respondeu ela misteriosa- E vim especialmente, para você!
Eu pensei ter visto os olhos dela faíscarem, com uma luz vermelha que não estava ali antes. 


Um olhar quase assassino, e senti um calafrio percorrer a minha espinha. O que aquela velha queria comigo?

Continua...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Não Acredito em Fantasmas!

Nós dois saímos calados da delegacia, olhando em direções inversas. A pasta de arquivos estava nas mãos de Belatricé, que também parecia não ter a menor noção do que fazer. Eu pigarreei e olhei para baixo.


-Tem pasta de suspeito?- tentei parecer firme, mais minha voz tremeu constrangendo-me.
-Acho que sim...-ela balançou a cabeça repetidamente falando baixinho.
-Tem algum problema comigo?- soltei num jato parando no meio da calçada.
 Belatricé, parou a três tímidos passos depois de mim e falou olhando de rabo de olho
-Não, mais é melhor agente arrumar um bom pretexto  para se desligar.
-Olha...- eu dera um meio sorriso - Não sei se é preciso nós inventarmos algo, eu não tenho nada contra você, e você diz não ter nada contra mim, é só uma investigação. Solucionamos o caso e pronto!
-Desculpe detetive...-ela deu um passo largo até mim- Mais tenho certeza de que não partilhamos de mesmo estilo de investigação- ela deu uma risada cheia de sub tendidos- se fosse algo mais individual, não colocaria nenhum defeito.
 Ela deu de ombros, como se no fundo aquilo não fizesse diferença.
-O que tem de tão diferente, e especial nesse seu estilo de investigação, detetive?- eu disse em deboche.
 Ela riu no mesmo tom de antes. Da minha cara imagino.
-Você acredita em fantasmas detetive?-ela inclinou um pouco a cabeça.
-Isso só pode ser uma brincadeira...-ela negou com a cabeça- Não, senhorita. Eu não acredito em fantasmas.
-Então, creio que eu não possa responder a sua pergunta.
Foi dando as costas pra mim, que obviamente devo ter ficado com uma expressão de perplexidade, encarando as suas costas. Ela saiu como se o assunto tivesse acabado!Despertei do choque e fui atrás dela.
-Quem disse que a ultima palavra seria sua?!
-Por algum motivo, detetive, eu dei a entender que essa era a minha intenção?- e riu descarada.
-Acho que entendi você, Belatricé- ela olhou para trás- Gosta de fazer os outros de bobo, não é? E, eu estou sugerindo em um caso hipotético, que você quis me dizer, que você tem algum tipo de ligação com eles,os ''fantasmas'', para solucionar os crimes?
-Eu poderia dizer, que o senhor é mesmo um detetive formidável!- e me encarou
-Pelo amor de Deus! Dá pra parar com essa mentira... não!Com essa loucura!
-Acredite se quiser. Lido com um plano bem maior que esse, e não só eu como os amigos que tenho.
-Você deveria estar no no manicômio!- esbravejei
 Ela parou, e me avaliou da cabeça aos pés.
-Já estive- respondeu ela totalmente sem emoção.


E assim, Belatricé, me deu as costas. Enquanto eu a encarava seguir em frente, com a cabeça erguida.


Continua...
  

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Capitulo 1; Briga na Delegacia Parte 2

Quando tomei coragem pra olhar para ela, percebi que sua ira tinha desmanchado, agora ela estava suplicante.
-Senhor Johnson, eu sempre trabalhei sozinha, não me importo com muito trabalho. E eu também não sou uma pessoa de fácil convivência.
-Não vejo problema nenhum em conviver com você Belatricé. Adora inventar histórias, Belatricé, a estou designando para um caso, com um parceiro, e não sei se estão perguntando.
Ela endireitou os ombros.
-Meu estilo de investigação é individual.
-Pois então trate de mudar de tática! Estou fazendo o que é certo, e melhor pra você!
-O que acha que é certo!- ela parou e deu um sorriso sarcástico -Ou talvez você esteja fazendo o que é melhor pra você, eu resolvo muitos casos e você recebe cada vez mais verba por casos solucionados, e se talvez eu andar mais rápido...
Johnson bateu o punho na mesa tão derrepente, que eu e Belatricé pulamos.
-Não admito que levante calunias sobre mim dessa maneira Belatricé! Não me importa a maneira como você vê as coisas, minhas intenções e que interessam!- ele se levantou nervoso.
Ergui uma sobrancelha.
Belatricé se levantou também, apoiando as mãos na mesa.
-Você não é meu pai, não lhe devo satisfações!
-Não sou seu pai mais sou seu chefe!
Belatricé deu um grunhido. Eu já estava tão irritado, eles agiam como se eu não estivesse ali, tive que dar uma batidela na mesa, para que prestassem atenção em mim.
-Cansei disso! Quando cheguei aqui, não, quando aceitei esse trabalho, pensei que Belatricé Blake, soubesse. O senhor deixou a entender que ela quisesse- quando eu disse isso Belatricé pigarreou- Mais no fim, nós dois fomos enganados, o senhor não deveria impor as coisas dessa maneira!
 O delegado levantou lentamente de sua cadeira, olhando para nós como se agente mordesse, eu pelo menos não mordia. Cruzei os braços carrancudo, e desabei de novo na cadeira, alguns segundos depois Belatricé também sentou-se, ela estava com cara de quem sabia Karatê e queria praticar.
 Johnson, passou entre nós dois, sua respiração forte, com a sala tão silenciosa eu podia ouvir. E falou, pelo menos, tentando parecer ameaçador;
-Vocês dois estão se achando o máximo não? Os dois destaques das maiores delegacias da cidade. Acham que nós não somos nada sem vocês, mais VOCÊS não são nada sem nós!- esbravejou- Na policia existe hierarquia!Eu, e o delegado do seu distrito -ele quase cuspiu meu nome- Declan Pryce, decidimos assim e assim será! Depois que vocês resolverem alguns casinhos, podem voltar cada um aos seus trabalhos individuais.
O delegado voltou a sua cadeira. Ele tinha acabado de ganha minha amizade. Eu queria ter grunhido agora, mais me controlei. Como se não bastasse ele assinalou;
-Vou saber se vocês trabalharem separados, quero um relatório em conjunto diário.- e sorriu como se fosse um cara muito legal.
Arrãm...
-Diário?!-pensei que ela ia entrar em colapso-No tempo em que estamos fazendo relatórios, poderíamos estar agindo!
-Não me importa. Estão dispensados- e jogou a pasta com os relatórios do crime no centro da mesa.
-Mas..-começou ela.
-Sem mais. Ai está o caso. Que resolvam. Analisem vocês dois juntos e, Boa Sorte!-respondeu em voz doce.


Bom eu ia precisar de sorte.


Continua...